Especialistas e profissionais de mais de 60 países se reúnem antes da COP 30 para avançar na saúde pública e no bem-estar planetário
3º Congresso Mundial de Medicina Tradicional, Complementar e Integrativa (MTCI) acontece no Rio de Janeiro, de 15 a 18 de outubro
Rio de Janeiro, Brasil – 14 de outubro de 2025 – À medida que o mundo se prepara para a COP 30 no Brasil, a convergência entre saúde, clima, inovação e saberes tradicionais ganha destaque. De 15 a 18 de outubro de 2025, o Rio de Janeiro sediará o 3º Congresso Mundial de Medicina Tradicional, Complementar e Integrativa (MTCI) – um encontro global histórico que reunirá profissionais, formuladores de políticas públicas, lideranças indígenas e pesquisadores de mais de 60 países para debater como as práticas de MTCI podem fortalecer a saúde pública, proteger a biodiversidade e promover a resiliência climática.
Sob o tema “Fortalecendo a Saúde Pública Global por meio da MTCI: Diversidade de Saberes, Sociedades do Bem-Estar e Saúde Planetária”, a programação reúne especialistas de seis regiões do planeta e representa um movimento mundial pela integração entre práticas tradicionais, pesquisa científica e políticas públicas de saúde. O evento é organizado pelo Consórcio Acadêmico Brasileiro de Saúde Integrativa (CABSIN), pela Sociedade Internacional de Pesquisa em Medicina Tradicional, Complementar e Integrativa (ISCMR) e pela Sociedade Europeia de Medicina Integrativa (ESIM).
“Esta semana marca um momento histórico na América Latina, quando a evidência científica e as práticas de cura tradicionais de todo o mundo se unem para construir pontes entre disciplinas, em benefício real dos pacientes”, afirma o professor Ricardo Ghelman, consultor da OMS para MTCI e presidente do 3º Congresso Mundial. “Inspirados pelo conhecimento tradicional e impulsionados pela pesquisa, estamos construindo juntos um futuro mais equilibrado, centrado nas pessoas e inteligente do ponto de vista climático para a saúde global.”
OMS estima que 88% de todos os países e mais de um terço da população mundial fazem uso terapêutico regular de práticas de Medicina Tradicional, Complementar e Integrativa (MTCI), como medicinas indígenas, fitoterapia, acupuntura e outras.
Entre os participantes do 3rd WCTCIM estão cientistas africanos especializados em medicamentos naturais e biodiversidade; especialistas indianos em Ayurveda; pesquisadores chineses em Medicina Tradicional Chinesa; representantes da Naturopatia de diversos países; estudiosos de plantas medicinais nativas com propriedades anticâncer, ayahuasca e terapias psicodélicas da América Latina; pesquisadores europeus em terapias tradicionais; e cientistas de várias nações dedicados ao uso da inteligência artificial (IA) para identificar plantas medicinais e aprimorar a base global de evidências em pesquisa e saúde pública.
Pesquisadores e profissionais de saúde também apresentarão evidências clínicas rigorosas sobre tratamentos e práticas que beneficiam pessoas em todo o mundo. Um exemplo prático é a conservação e o cultivo sustentável das plantas amazônicas Uncaria tomentosa (unha-de-gato) e Paullinia cupana (guaraná), que, quando utilizadas junto a terapias convencionais, demonstram efeito sinérgico e harmônico – mais eficaz que qualquer abordagem isolada – no alívio de um dos sintomas mais comuns entre pacientes oncológicos: a fadiga relacionada ao câncer.
O congresso será palco, ainda, de iniciativas decisivas para aproximar prática tradicional, pesquisa científica e política pública em escala mundial. A OMS fará durante o evento o pré-lançamento da Biblioteca Global de Medicina Tradicional da OMS (WHO Global Traditional Medicine Library) que reúne mais de 1,7 milhão de publicações indexadas – um marco na integração entre ciência e sistemas de conhecimento tradicional. O Ministério da Saúde do Brasil, por sua vez, apresentará novas medidas para expandir a oferta de cuidados integrativos de qualidade no Sistema Único de Saúde (SUS). Já o CABSIN lançará novos Mapas de Evidências sobre Pediatria Integrativa e Intervenções Baseadas na Natureza.
Após a aprovação, em maio, da Estratégia Global da OMS sobre MTCI (2025–2034), o 3º Congresso Mundial de MTCI alimentará diretamente o processo global de formulação de políticas de saúde. As conclusões e recomendações geradas no Rio de Janeiro serão apresentadas na Cúpula Global de Medicina Tradicional da OMS, em Nova Delhi, Índia (17 a 19 de dezembro de 2025), quando líderes mundiais seguirão construindo uma visão abrangente de sistemas de saúde que unam sabedoria tradicional, evidência científica e bem-estar planetário.
O Brasil tem exercido papel pioneiro nessa agenda. Por meio da Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC), que completa 20 anos em 2026, o país está entre os poucos no mundo a oferecer serviços de MTCI gratuitamente no sistema público. Em 2024, o SUS registrou mais de 9 milhões de atendimentos, um aumento de 70% em apenas dois anos — evidência da crescente demanda e dos benefícios concretos para o bem-estar e a prevenção em saúde.
Na COP 28, mais de 125 países endossaram a Declaração dos Emirados Árabes Unidos sobre Clima e Saúde, reconhecendo a perda de saberes tradicionais como um tema de preocupação climática. Nesta semana, no Rio, ciência, políticas públicas e sabedoria ancestral se unem para demonstrar como a medicina tradicional, complementar e integrativa baseada em evidências pode ajudar a enfrentar doenças crônicas, crises de saúde mental, resistência antimicrobiana e ameaças à saúde relacionadas ao clima, promovendo sistemas de cuidado sustentáveis e centrados na pessoa.
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