Abstract

Abstract:
Cuidado é um atributo da espécie humana, resultante do que aprendemos e aprimoramos em nossa trajetória no planeta. Cuidar envolve práticas, interações, trocas e escolhas que, ao se repetirem e se transmitirem, criam culturas que moldam valores, saberes e formas como nos relacionamos entre nós e com o ambiente.
A cultura biomédica de cuidado, centrada na doença e na fragmentação do corpo, mostra suas limitações nesses tempos marcados pelo adoecimento coletivo, crise ambiental, medicalização excessiva da vida e fragmentação dos vínculos humanos. A ampliação da cultura de cuidado é urgente — e possível!
As Práticas Integrativas e Complementares em Saúde (PICS), preconizadas pela Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares em Saúde (PNPIC) no Sistema Único de Saúde (SUS), são um campo fecundo de práticas de cuidado ancestrais e contemporâneas que compreendem o ser humano em sua multidimensionalidade.
As PICS oferecem caminhos para uma cultura de cuidado integral, relacional e sustentável. Contudo, o que vemos é a sua marginalização persistente nos currículos de formação, nos serviços de saúde e no modelo de gestão que prioriza a tecnologia sobre as relações humanas. Há uma invisibilização sistemática das PICS, uma negação da sua potência transformadora e uma desvalorização dos profissionais que rompem com os modelos reducionistas de cuidado.
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